Brasil
Lula se manifesta sobre operação no Rio de Janeiro
Presidente se pronunciou pela primeira vez sobre ação policial que deixou ao menos 119 mortos no Rio. Mortos superam massacre do Carandiru
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou pela primeira vez na noite desta quarta-feira (29/10) sobre a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV), realizada nos complexos do Alemão e da Penha e que deixou 119 mortos no Rio de Janeiro. Em publicação nas redes sociais, o petista disse que o país precisa de um “trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico” mas sem colocar inocentes em risco.
“Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco. Foi exatamente o que fizemos em agosto na maior operação contra o crime organizado da história do país, que chegou ao coração financeiro de uma grande quadrilha envolvida em venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro”, declarou Lula em publicação no X.
A ação policial no Rio já é considerada a mais letal da história do estado e do século 21, no Brasil. O número de mortos supera, inclusive, o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992 e que, por mais de três décadas, permaneceu como a maior chacina em uma ação policial no país.
Segundo o presidente, é inaceitável que o crime organizado “continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades”.
Defesa da PEC da Segurança
Na publicação, Lula citou a reunião convocada por ele na manhã desta quarta no Palácio da Alvorada, onde foi determinado que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, fossem ao Rio de Janeiro para se encontrar com o governador do estado, Cláudio Castro (PL).
A reunião na capital fluminense resultou na criação de um escritório emergencial para o combate ao crime organizado. Segundo Lewandowski, o escritório funcionará como um fórum de diálogo, no qual decisões serão pensadas rapidamente.
O titular do Planalto ainda citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, afirmando que, com a proposta, “vamos garantir que as diferentes forças policiais atuem de maneira conjunta no enfrentamento às facções criminosas”. O texto prevê que as diretrizes de combate ao crime serão centralizadas na União e no Conselho Nacional de Segurança Pública, mas sofre resistência de diversos governadores, como o do Rio.
A PEC tramita no Congresso e foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados em 15 de julho.













