Policial
Execução do delator do PCC: Novas informações
Os PMs terão de explicar o que faziam, pois a prestação de serviços como segurança particular é proibida
Um mês antes de o delator do PCC Antonio Vinicius Lopes Gritzbach ser executado no aeroporto de Guarulhos, na última sexta-feira, a Corregedoria da Polícia Militar já havia instaurado um inquérito para apurar o suposto envolvimento dos policiais que faziam sua segurança com a facção criminosa. Após o homicídio, os corregedores revisitaram o inquérito e perceberam que os nomes dos policiais já apareciam na investigação. De acordo com o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, os PMs terão de explicar o que faziam, pois a prestação de serviços como segurança particular é proibida pelo regulamento da corporação, sendo considerada transgressão disciplinar grave. No sábado, quatro agentes foram afastados de suas funções até o fim das investigações.
Eliane Cantanhêde: “O assassinato audacioso de um delator do PCC, à luz do dia, no aeroporto internacional do principal estado do país, confirma brutalmente o quanto o crime organizado está ganhando a guerra, faz o que quer e está infiltrado nas instâncias de poder e nas polícias. Um dos alvos da delação de Gritzbach era o aparato policial de São Paulo, mas não é que delegaram sua segurança justamente a policiais paulistas? Na hora H, com o delator vulnerável, no aeroporto de Guarulhos, três dos quatros seguranças estavam num posto de gasolina. O carro deles ‘não pegou’. Brincadeira de mau gosto. Nem quem acha que vacina causa Aids acredita numa coisa dessas”.