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Maduro radicaliza; Brasil cobra boletins de urna

Publicado dia 30/07/2024 às 10h06min | Atualizado dia 30/07/2024 às 10h12min
O governo brasileiro divulgou nota oficial dez horas após o anúncio da reeleição, mas sem parabenizar o presidente

Cautela. Foi dessa forma que o governo brasileiro recebeu o resultado das eleições presidenciais na Venezuela, que, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), foram vencidas por Nicolás Maduro. O governo brasileiro divulgou nota oficial dez horas após o anúncio da reeleição, mas sem parabenizar o presidente e dizendo acompanhar com atenção o processo de apuração. O documento destaca que o Brasil “reafirma o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, e que o governo Lula aguardará, como cobra a oposição venezuelana, “a publicação pelo CNE de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”. No fim da tarde, o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, reuniu-se com Maduro no Palácio de Miraflores. Segundo fontes diplomáticas, o venezuelano afirmou a Amorim que “entregará as atas eleitorais nos próximos dias” e que seu governo corre o risco de ser alvo de “golpe por parte da extrema direita”. O enviado de Lula também se reuniria com o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Mais cedo, Amorim disse ser “difícil ter a proclamação do resultado com solenidade sem a disponibilidade das atas”. “Sou amigo de César, mas sou mais amigo da verdade. Estou procurando a verdade.” 

Lula e o presidente americano Joe Biden marcaram uma conversa por telefone para esta terça-feira a fim de discutir a situação na Venezuela, diz a Coluna do Estadão. O pedido teria partido da Casa Branca, que vê o governo brasileiro como principal interlocutor na região. O Brasil estaria ainda articulando com México e Colômbia uma declaração conjunta para cobrar de forma mais enfática a entrega das atas de votação ao Centro Carter, que atua como observador internacional na Venezuela. 

A postura brasileira seguiu a linha de países como Espanha e Estados Unidos, que reagiram com ceticismo aos resultados oficiais e cobraram transparência. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também defendeu “total transparência” e pediu “a publicação dos resultados eleitorais e a repartição por assembleias de voto”. Já o argentino Javier Milei exclamou no X: “MADURO DITADOR, FORA!!!”. E os aliados do venezuelano foram rápidos em parabenizá-lo. Vladimir Putin afirmou que a parceria entre Rússia e Venezuela é estratégica. Luis Arce, da Bolívia, disse que “a vontade do povo venezuelano foi respeitada nas urnas”. 

Maduro não gostou das críticas e ordenou a “retirada imediata” da Venezuela dos representantes diplomáticos de Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Costa Rica, Panamá e República Dominicana, acusando-os de “interferência” no processo eleitoral. E também iniciou a retirada de suas delegações diplomáticas desses países. No X, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, afirmou que o país “expressa sua mais firme rejeição às ações e declarações de interferência de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional”. Os sete países afetados pela decisão venezuelana, além de Paraguai e Equador, exigiram a revisão completa dos resultados eleitorais “com a presença de observadores eleitorais independentes”. 

Apesar das acusações de fraude eleitoral, Maduro já foi proclamado oficialmente presidente eleito para um terceiro mandato. “É irreversível”, disse o ditador, que ficará no poder por mais seis anos, de 2025 a 2031. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, afirmou na cerimônia de proclamação que “a eleição presidencial transcorreu num clima de respeito, paz e participação democrática apesar de alguns terem tentado gerar violência”. Seis horas depois do fechamento das urnas, com 80% dos votos contados e sem detalhamentos, o CNE anunciou a vitória de Maduro com 51,2% dos votos, enquanto González Urrutia ficou com 44,2%. 

A oficialização da vitória de Maduro não conteve a líder da oposição, María Corina Machado. Em entrevista coletiva, ela afirmou que González Urrutia é o presidente eleito e disse desconhecer os números do CNE. Ela disse que vai provar o resultado disponibilizando as atas eleitorais na internet. “O regime promete um CD com as atas, vamos ver o que entregam. Se entregarem as verdadeiras, as que eles publicaram e que nós temos, eles terão de ratificar a verdade e o que todos vimos nas ruas da Venezuela”, disse. A opositora também destacou os protestos que se espalharam pelo país, chamando-os de “expressões legítimas face a um regime ilegítimo”. E convocou um ato para a manhã de hoje em todo o país. “Nossa vitória é histórica, vencemos onde as forças democráticas nunca venceram neste país nos últimos 25 anos. Vamos lutar pela nossa liberdade. Compreendo a indignação, mas a resposta é calma e firme”, disse González Urrutia. 

 

Fonte: Cara da WEB via Globo/Meio/Estadão/UN News/El Pais/Folha/ El Naciomal/Clarin

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