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Equador entra em guerra aberta contra o tráfico

Publicado dia 10/01/2024 às 09h56min
O decreto emitido nesta terça-feira é uma declaração de guerra civil

Em meio à escalada de violência imposta por grupos criminosos ligados ao narcotráfico e a uma série de incidentes em todo o país em apenas 48 horas, o presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou ontem “conflito armado interno”. Com isso, militares e policiais devem “neutralizar” os criminosos, e 22 grupos do crime organizado transnacional passam a ser considerados organizações terroristas e atores beligerantes não estatais. A medida se une ao estado de exceção, decretado na véspera, com duração de 60 dias, e toque de recolher das 23h às 5h. A medida foi anunciada após a fuga do chefe da maior quadrilha criminosa do país da Prisão Regional de Guayaquil, o sequestro de sete policiais e vários ataques com explosivos nas ruas e até mesmo em universidades. Apesar disso, outro líder do narcotráfico fugiu ontem. Antes de o governo decretar o “conflito armado interno”, homens encapuzados e armados entraram nos estúdios da TC Televisión, de Guayaquil. “Querem matar todos nós, ajudem-nos”, alertaram os jornalistas em grupos de WhatsApp. Parte das ações dos criminosos foram transmitidas ao vivo. Os homens, que acabaram presos, exibiam armas e explosivos, além de intimidar os reféns na emissora. 

A fuga de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, foi o estopim da crise. Considerado o criminoso mais perigoso do Equador, ele é líder da facção Los Choneros, a maior do país. Desde 2011, cumpria uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio. Fito teria fugido horas antes de uma operação de revista no presídio onde cumpria pena. Ontem, as autoridades relataram a fuga de outro líder do tráfico: Fabricio Colón Pico, de Los Lobos, preso na sexta-feira por suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral. 

Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador deixou de ser uma ilha de paz para se tornar um palco de guerra às drogas. O ano passado terminou com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, recordes no país de 17 milhões de habitantes. Desde 2021, os confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas cresceram quase 800% entre 2018 e 2023, passando de 6 para 46 por 100 mil habitantes. Noboa, de 36 anos, é o presidente mais jovem do país e chegou ao poder com a promessa de atacar os traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos. Ele foi eleito em outubro em um pleito que será lembrado pela execução do candidato Fernando Villavicencio após sair de um comício. 

João Paulo Charleaux: “O decreto emitido nesta terça-feira é uma declaração de guerra civil. O texto presidencial não usa exatamente esse termo. Na prática, porém, dá às Forças Armadas equatorianas o mais amplo respaldo legal para o uso da força. A partir de agora, os militares não precisam moderar o uso da força para se ater a padrões policiais. Eles poderão agir como militares em guerra. É provável que, com isso, cresçam os números de presos, feridos e mortos”. 

Fonte: Cara da WEB via El Universo/O globo/G1/Folha de São Paulo

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