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Como pensar tecnologia pelas e para mulheres

Publicado dia 10/03/2022 às 19h53min
É necessário a inclusão de mulheres no mercado de tecnologia em condições isonômicas, e isso não é apenas um benefício ou direito

Em 1903, a física e química Marie Curie, conhecida pela teoria da radioatividade, só foi laureada com o Prêmio Nobel porque seu marido, Pierre Curie, se recusou a receber o prêmio sozinho. Era um trabalho em parceria, mas se dependesse da Academia, Pierre teria sido o único com o reconhecimento. Em 2021, apenas uma mulher foi premiada, dentre os treze ganhadores. Quase 12 décadas depois, ainda estamos discutindo a igualdade de gênero na sociedade, na ciência e na tecnologia.

Quem trabalha com tecnologia sabe que há escassez de pessoas desenvolvedoras no mercado. A necessidade de inclusão de mulheres no mercado em condições isonômicas não é apenas um benefício ou direito a ser conquistado, mas também atende esta demanda.

As mulheres podem e devem romper essa barreira estabelecida, não apenas por que programação é indispensável, mas também pelo risco de aumentar a distância existente entre homens e mulheres caso essa habilidade em nós não seja desenvolvida e estimulada. As mulheres são criadas com a crença de que não são boas com números e tendem a procurar carreiras voltadas para humanas. Ainda, tendem a ser mais avessas a riscos, então procuram trabalhos mais estáveis, fundam menos empresas e, consequentemente, assumem menos riscos.

Como muitos, eu não iniciei minha vida profissional no mercado de tecnologia e acabei trilhando uma carreira padrão, me formando em direito e filosofia, e em seguida trabalhando em grandes escritórios e empresas, onde encontrei alta concentração masculina. Em um dos escritórios que trabalhei, apesar de ter 50% de advogadas, havia na época apenas 5% de sócias em cargos altos.

A alternativa criada para mulheres foi uma carreira em Y na qual apesar de título de sócia, não havia participação nas decisões e nem nos lucros de forma igualitária. Migrei então para o mercado de entretenimento, no qual um dos canais era de esportes, novamente um mundo masculino.

Em determinado momento eu percebi que há alternativas e me arrisquei no mercado de tecnologia, quatro anos depois tenho o privilégio de dizer que foi a decisão profissional e pessoal certa.

Hoje sou mãe, fui promovida após o retorno da licença maternidade e conto com todo suporte necessário para exercer todos os papéis que tenho hoje, como mãe e colaboradora, bem como quaisquer outros papéis que eu quiser desenvolver.

Assim como a Hash, há outras empresas no mercado que se preocupam com questões de diversidade e inclusão. Valorizem e deem preferência para essas oportunidades, busquem alternativas e não se acomodem ou aceitem a situação. Eu segui esse caminho e não me arrependi nem por um momento.

*Luísa Soares é Chief Legal Officer (CLO) e General Counsel (GC) na Hash, fintech do setor de meios de pagamento

Fonte: Revista Exame

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