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Morre Luc Montagnier, cientista que descobriu o vírus da Aids

Publicado dia 11/02/2022 às 08h55min
Francês tinha 89 anos e recebeu o Nobel de Medicina em 2008. Cientista foi alvo de denúncias de colegas de profissão por teorias conspiratórias e afirmou que o coronavírus foi feito em laboratório.

Luc Montagnier, cientista que descobriu o vírus da Aids, morreu nesta terça-feira em um hospital no subúrbio de Paris. O francês tinha 89 anos e recebeu o Nobel da Medicina em 2008.

Nos últimos anos de vida, foi alvo de denúncias de colegas de profissão por teorias conspiratórias, sobretudo relacionadas à Covid-19.

Montagnier e Françoise Barre-Sinoussi dividiram o Nobel em 2008 por seu trabalho no Instituto Pasteur, em Paris, ao isolar o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Sua conquista acelerou o caminho para testes da doença e medicamentos antirretrovirais que mantêm o patógeno sob controle.

A AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) chegou ao conhecimento público pela primeira vez em 1981, quando médicos norte-americanos notaram um grupo incomum de mortes entre jovens gays na Califórnia e em Nova York.

Montagnier teve uma rivalidade com o cientista americano Robert Gallo em seu trabalho inovador na identificação do HIV no departamento de virologia que criou em Paris em 1972. Ambos são creditados com a descoberta de que o HIV causa a AIDS, e suas alegações levaram por vários anos a uma disputa legal e até diplomática entre a França e os Estados Unidos.

O trabalho do cientista começou em janeiro de 1983, quando amostras de tecido chegaram ao Instituto Pasteur de um paciente com uma doença que destruiu misteriosamente o sistema imunológico. Mais tarde, ele lembrou a "sensação de isolamento" enquanto a equipe lutava para fazer a conexão vital.

— Os resultados que tivemos foram muito bons, mas não foram aceitos pelo resto da comunidade científica por pelo menos mais um ano, até que Robert Gallo confirmasse nossos resultados nos EUA — disse ele.

Montagnier teve uma rivalidade com o cientista americano Robert Gallo em seu trabalho inovador na identificação do HIV no departamento de virologia que criou em Paris em 1972. Ambos são creditados com a descoberta de que o HIV causa a AIDS, e suas alegações levaram por vários anos a uma disputa legal e até diplomática entre a França e os Estados Unidos.

O trabalho do cientista começou em janeiro de 1983, quando amostras de tecido chegaram ao Instituto Pasteur de um paciente com uma doença que destruiu misteriosamente o sistema imunológico. Mais tarde, ele lembrou a "sensação de isolamento" enquanto a equipe lutava para fazer a conexão vital.

— Os resultados que tivemos foram muito bons, mas não foram aceitos pelo resto da comunidade científica por pelo menos mais um ano, até que Robert Gallo confirmasse nossos resultados nos EUA — disse ele.

O júri do Nobel não mencionou Gallo em sua citação.

Em 1986, Montagnier dividiu o Prêmio Lasker — o equivalente norte-americano do Nobel — com Gallo e Myron Essex.

O júri do Nobel não mencionou Gallo em sua citação.

Em 1986, Montagnier dividiu o Prêmio Lasker — o equivalente norte-americano do Nobel — com Gallo e Myron Essex.

Em 2011, para marcar 30 anos desde o aparecimento da Aids, Montagnier alertou para os custos crescentes do tratamento dos 33 milhões então atingidos pelo HIV.

— O tratamento corta a transmissão, isso é claro, mas não a erradica, e não podemos tratar todos os milhões de pessoas — disse ele à AFP.

Ideias polêmicas

Montagnier nasceu em 8 de agosto de 1932 em Chabris, na região de Indre, no centro da França. Depois de chefiar o departamento de AIDS de Pasteur de 1991 a 1997, e após lecionar no Queens College, em Nova York, Montagnier gradualmente se desviou para as margens científicas e se tornou um personagem controverso.

Ele repetidamente sugeriu que o autismo é causado por infecção e montou experimentos muito criticados para provar isso, alegando que antibióticos poderiam curar a doença. Surpreendeu muitos de seus colegas quando falou da suposta capacidade da água de reter uma memória de substâncias. E acreditava que qualquer pessoa com um bom sistema imunológico poderia combater o HIV com a dieta certa.

Montagnier apoiou as teorias de que o DNA deixou um traço eletromagnético na água que poderia ser usado para diagnosticar a AIDS e a doença de Lyme. Também defendeu as qualidades terapêuticas do mamão fermentado para a doença de Parkinson.

 

Ele repetidamente assumiu posições contra as vacinas, recebendo uma reprimenda pungente em 2017 de 106 membros das Academias de Ciências e Medicinas.

Durante a pandemia de Covid voltou a destacar-se, afirmando que o coronavírus foi feito em laboratório e que as vacinas foram responsáveis pelo aparecimento de variantes. Essas teorias, rejeitadas por virologistas e epidemiologistas, o tornaram ainda mais um pária entre seus pares, mas um herói para os anti-vaxxers franceses.

 

 
 
 
Fonte: O Globo

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