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Atenção! Foguete cairá na terra esse final de semana

Publicado dia 22/07/2021 às 20h21min
Foguete lançado há quase 50 anos deve cair na Terra

Um corpo de um foguete descartado no espaço há 48 anos deve reentrar na atmosfera terrestre neste final de semana. Trata-se do segundo estágio do foguete soviético Kosmos-3M, que foi lançado em 26 de dezembro de 1973 a partir do Cosmódromo de Plesetsk.

O foguete colocou em órbita o satélite DS-U2-GKA (ou Aureole-2), que tinha como objetivos investigar a atmosfera superior da Terra em latitudes elevadas e estudar a natureza das auroras polares.

Reentrada

A reentrada está prevista para ocorrer nesta sexta (23) ou sábado (24). Segundo o engenheiro Joseph Remis, ela deve ocorrer às 21:47 (horário de Brasília) de sexta. A previsão tem uma margem de erro de +- 13 horas, o que significa que ela pode ocorrer entre a manhã de sexta e a manhã de sábado.

Dentro dessa margem de erro, o corpo do foguete, também chamado de SL-8 R/B, deve completar 17 órbitas ao redor da Terra e em 4 delas ele passa sobre o Brasil. Isso significa que há uma pequena possibilidade da reentrada ocorrer sobre o território brasileiro. Os cálculos mais precisos devem ser divulgados apenas na quinta ou sexta feira, e podem aumentar ou afastar a possibilidade de reentrada sobre nosso país.

Passagens (linhas amarelas) do SL-8 R/B dentro da margem de erro da previsão da reentrada
Passagens (linhas amarelas) do SL-8 R/B dentro da margem de erro da previsão da reentrada. Reprodução: satflare.com

Por que o foguete deve reentrar na atmosfera

Para orbitar a Terra, qualquer objeto precisa viajar a uma velocidade de cerca de 27 mil quilômetros por hora, o que gera uma força centrífuga que compensa a atração gravitacional. Após cumprir sua missão, muitos foguetes são deixados em órbita baixa, onde existem partículas de gases atmosféricos em quantidade suficiente para produzir arrasto. Isso reduz a velocidade do foguete, fazendo com que, aos poucos, a gravidade prevaleça.

Força centrífuga (v) e aceleração da gravidade (a) gerando movimento orbital
Força centrífuga (v) e aceleração da gravidade (a) gerando movimento orbital.
Fonte: wikimedia.org

A cada órbita em torno da Terra, o arrasto reduz ainda mais a velocidade do foguete. Como consequência, sua altitude diminui, o que faz o foguete atingir camadas ainda mais baixas e mais densas da atmosfera, que oferecem ainda mais resistência. É um caminho sem volta. Sua órbita vai deteriorando até ele atingir o ponto de ruptura, quando o calor intenso e a desaceleração mecânica fará com que o foguete se despedace e queime, deixando no geral poucos rastros.

No caso do SL-8 R/B, ele foi deixado em uma órbita não tão baixa, mas que ainda sofria algum arrasto. Por isso, sua órbita demorou quase 50 anos para se deteriorar até o ponto de estar prestes a reentrar na atmosfera.

 

Reentrada não deve oferecer riscos

Quando lançado, o segundo estágio do Kosmos-3M tinha mais de 20 toneladas. Mas depois de queimar e drenar seu combustível, ele ficou com “apenas” 1,4 toneladas de massa. É uma peça cilíndrica com 6 metros de comprimento e 2,4 metros de diâmetro. Nada tão pequeno e nem tão leve ao ponto de nos deixar à vontade ao saber que ele vai cair na Terra a qualquer momento.

Entretanto, não há com o quê se preocupar: graças à enorme velocidade em que isso ocorre, cerca de 28 mil km/h, a atmosfera terrestre funciona como um escudo, desintegrando quase que completamente o objeto. Durante o processo de reentrada, os gases atmosféricos são aquecidos e ionizados, gerando uma enorme bola de fogo que pode ser vista a centenas de quilômetros de distância. O calor é tão elevado que vaporiza completamente até 80% do objeto. O pouco que sobrar deve ser fragmentado pela resistência do ar, e deve chegar à superfície de forma praticamente inofensiva.

Apenas os componentes mais maciços devem resistir à passagem atmosférica, como a carcaça do motor e os tanques de pressurização. Apesar de não serem partes tão leves, o risco de que eles possam causar algum dano em solo ainda é extremamente pequeno. Dois terços da superfície do planeta são cobertos por oceanos e as áreas continentais ainda contam com uma enorme quantidade de regiões pouco povoadas ou completamente desabitadas. Por isso, essa reentrada não deve gerar grandes preocupações. O único risco que corremos é de poder observar um belo espetáculo no céu, principalmente se tivermos a sorte se tivermos a sorte dela ocorrer durante a noite e próxima de nós.

Fonte: olhar digital

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