Saúde
Falta de remédio indispensável para transplante de órgãos atrasa cirurgias no Rio
De acordo com os relatos de pacientes, medicamento chamado ciclosporina sumiu dos estoques da Rio Farmes.
Depois do sufoco para conseguir um transplante de órgão, pacientes atendidos pela Farmácia Estadual de Medicamentos (RioFarmes) estão desesperados porque um remédio que é indispensável para que o corpo não rejeite o novo órgão está em falta.
A oportunidade de um aposentado doar parte de seu fígado para a esposa foi adiada por causa da falta de um medicamento chamado ciclosporina. O remédio é necessário para diminuir as chances do órgão ser rejeitado pelo corpo da mulher dele.
De acordo com relatos de pacientes, o medicamento sumiu dos estoques da Rio Farmes.
“Ela precisa do remédio pra se manter viva e o remédio não tem. Eu não tenho condições financeiras de comprar o remédio e esse remédio não vende em qualquer farmácia. A gente fica nessa angústia”, lamentou o aposentado João Santos Cunha.
Os pacientes dizem que, desde novembro, não encontram mais o remédio nas unidades de saúde. E quanto mais o tempo passa, maior as chances de complicações.
A filha da dona de casa Maura Regina Nascimento já teve que retirar um rim doente. Agora, sem o remédio, corre o risco de perder o outro também.
“Sem essa medicação, o rim dela pode parar. Ela só tem um”, lamentou a mãe.
A professora Eliana Gomes vive a mesma angústia dentro de casa com o filho. Depois de tanta espera pela doação, ele pode perder o rim que recebeu.
“O que a gente faz? Deita e espera a morte chegar com esse descaso? Cadê a verba dos remédios?”, questionou Eliana.
A Secretaria Estadual de Saúde admitiu que teve atraso na entrega do remédio ciclosporina 50 miligramas, por causa de um incêndio no laboratório responsável. Disse que abriu um processo pra comprar o medicamento, mas não informou quando ele vai chegar à farmácia do estado.
