O genocídio dos povos indígenas no Brasil data do processo colonizatório que o país sofreu e continua sofrendo até os dias atuais. Os povos Yanomami são prova viva – muitas vezes, graças ao genocídio, não tão viva assim – de que os indígenas continuam sendo mortos sob os olhos do Estado.

Os Yanomami são um dos maiores povos indígenas relativamente isolados da América do Sul. Eles vivem nas florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela.

Milhares de garimpeiros estão atuando ilegalmente no território desses povos, provocando um grande impacto ambiental, atacando comunidades e levando doenças – ações que resultaram na atual crise de saúde que está assolando comunidades Yanomami.
Para além disso, foram relatados estupros contra mulheres Yanomami – lembremos: “Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados” (Simone de Beauvoir)

Durante a década de 1980, os Yanomami sofreram imensamente quando cerca de 40.000 garimpeiros brasileiros invadiram suas terras. Em apenas sete anos, vinte por cento dos Yanomami morreram.
Esses povos não são, entretanto, os únicos a sofrerem ações genocidas, sobretudo com a impunidade no que diz respeito ao garimpo ilegal no Brasil.
De fato, o genocídio indígena começou desde o ano 1492 com a invasão dos espanhóis que foram os primeiros colonizadores da América. Esse extermínio continuou pelo continente com as colonizações portuguesas (1500), francesas (1534) e mais tarde holandesas (1621) e inglesas (1733).

O massacre dos povos originários no continente americano foi, sem dúvida, um dos piores genocídios da humanidade, juntamente com a escravidão e o genocídio dos africanos. De fato, segundo as pesquisas da University College London (UCL), a colonização exterminou quase 90% da população em um século, ou seja, cerca de 56 milhões de indígenas.
É preciso que toda a sociedade tome consciência da gravidade do genocídio dos povos indígenas, que continua, infelizmente, sendo pauta atualíssima no Brasil.

É preciso que todos e todas estejam engajados contra a destruição em massa das terras indígenas e seus habitantes, sabendo que essa destruição representa também um extermínio cultural que apaga os modos de vida desses povos, os primeiros brasileiros e os guardiões do planeta.

A luta contra o genocídio indígena representa, portanto, importante bandeira do DFOC CAR, para que o massacre aos povos indígenas tenha um fim.