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Polícia Civil do RJ consegue o bloqueio de quase R$ 5 milhões em bens ligados a milicianos

Um homem foi preso na Operação Volante; outros 10 já estavam na cadeia.

Polícia Civil do RJ consegue o bloqueio de quase R$ 5 milhões em bens ligados a milicianos

Um homem foi preso na Operação Volante; outros 10 já estavam na cadeia.

Casa do miliciano Danilo está entre os bens sequestrados â?? Foto: Divulgação

A Polícia Civil do RJ conseguiu na Justiça o bloqueio de quase R$ 5 milhões em bens que, segundo investigações, pertenciam à maior milícia em atuação no estado. Um homem foi preso nesta quinta-feira (14); outros dez já estavam encarcerados.

Fábio Barucke, subsecretário operacional da Polícia Civil, explicou que a Operação Volante inaugura um novo foco da atuação da Polícia Civil.

“Agora, um novo foco, atendendo a uma política de governo, no sentido de fortalecer as investigações contra esses grupos que pretendem crescer neste estado, com o intuito de lucrar”, explicou.

“Tivemos o resultado de bloqueio de bens no valor de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões. Esses bens estão sequestrados, e haverá uma decisão judicial sobre quando leiloá-los”, explicou Barucke.

Também foi apreendida uma grande quantidade de dinheiro na casa de Danilo Dias Lima, gerente da milícia na Baixada Fluminense. Ele é considerado foragido.

Entre os presos estão dois PMs que estavam ligados ao grupo e se entregaram na 35ª DP (Campo Grande) essa semana.

Marcelo Tinoco Petru foi flagrado em interceptações vazando informações de operações na região. Já Marcelo Costa Brito foi pego cobrando dinheiro de varias pessoas. Ele emprestava dinheiro a juros, segundo a Polícia Militar.

 

 

Chefes foragidos

 

Outro alvo da Operação Volante é Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, herdeiro da Liga da Justiça, milícia que atua na Zona Oeste do Rio e em pontos da Baixada Fluminense. Ambos são considerados foragidos.

Na casa de Zinho, no Recreio, foram apreendidas joias, dinheiro, um carro, um laptop e um aparelho celular.

Zinho já foi citado em outras investigações sobre a lavagem de dinheiro do grupo: ele é sócio da Macla Extração e Comércio de Saibro. O Ministério Público e a Polícia Civil acreditam que a empresa é utilizada para lavar o dinheiro do grupo. A sede administrativa da empresa, no Recreio, também é alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira.

Quatro endereços já tiveram o sequestro decretado com autorização da Justiça. Nenhum desses imóveis, segundo a Polícia Civil, está em nome dos suspeitos. Todos os suspeitos, de acordo com as investigações, possuem imóveis incompatíveis com seus rendimentos:

 

  • Mansão de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, no Recreio dos Bandeirantes, avaliada em R$ 1,7 milhão;
  • Sítio em Seropédica, na Baixada Fluminense, que pertence a Danilo Dias Lima, chefe da milícia que atua no município e também em parte de Nova Iguaçu, avaliado em R$ 1,3 milhão;
  • Casa de um policial em Campo Grande, na Zona Oeste, no bairro Rio da Prata, avaliada em R$ 1 milhão;
  • Imóvel no Centro de Itaguaí, também de Danilo Dias Lima, avaliado em R$ 850 mil.

 

 

Lavagem de dinheiro

 

Em novembro, o Disque Denúncia aumentou para R$ 10 mil a recompensa para informações que levem à prisão de Ecko, um dos homens mais procurados do Rio de Janeiro desde 2018. Ele assumiu o comando do grupo depois da morte do irmão, Carlos, conhecido como "Carlinhos Três Pontes", durante operação da Polícia Civil em 2017.

O irmão de Ecko é sócio da Macla Extração e Comércio de Saibro. O Ministério Público e a Polícia Civil acreditam que a empresa é utilizada para lavar o dinheiro do grupo.

Luiz Antonio foi preso pela Draco em 2015 acompanhado por dois seguranças – um deles policial militar. O empresário acabou liberado no Plantão Judiciário.

A relação entre o irmão de Ecko e a lavagem de dinheiro da milícia foi revelada na série Franquia do Crime, do G1, que mostrou ainda que 2 milhões de pessoas viviam em áreas dominadas por milícias no Rio de Janeiro e na Região Metropolitana, incluindo a Baixada Fluminense e o município de São Gonçalo.

Em 29 de agosto de 2018, a Polícia Civil tentou cumprir um mandado de prisão contra Zinho em um sítio no Espírito Santo. O irmão de Ecko conseguiu fugir pela mata, mas a polícia apreendeu o celular dele, deixado no momento da fuga.

No dia 1 de fevereiro, o sigilo foi quebrado e foi divulgada a decisão da juíza Regina Celia Novais, da 1ª Vara Criminal de Santa Cruz, determinando a prisão de Ecko e mais 42 pessoas acusadas de pertencer à milícia de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste, também com atuação em municípios da Baixada Fluminense.

 

 

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