Um ocupação urbana do MST em Recife, onde vivem 300 famílias, foi atacada por pistoleiros na noite do último domingo (18/7). Um militante foi baleado na cabeça e companheiros dele afirmam que a Polícia Militar pernambucana negou socorro. O homem está internado. Outro integrante do MST teria sido feito refém durante a ação.

De acordo com relatos de testemunhas, foram ao menos quatro homens armados que surpreenderam as famílias que ocupam lotes e prédios abandonados na zona sul da capital do estado.

O dirigente do MST José Severino da Silva disse ao site Brasil de Fato que o acampamento vem sendo alvo de ataques.

“Chutaram meu rosto e deram um tiro que pegou na cabeça de um companheiro, que perdeu muito sangue e está internado. Em menos de um minuto chegou uma viatura da polícia, mas disseram que não iam fazer nada, que ali era cada um por si. Essa é a segunda vez. Na semana passada me perseguiram de carro”, relatou o militante.

Os ataques, segundo o MST, se intensificaram nas últimas duas semanas, após o movimento começar um diálogo com a Companhia Estadual de Habitação e Obras (CEHAB) para tentar regularizar a situação das famílias, boa parte vítimas de alagamentos que aconteceram em maio em Jaboatão dos Guararapes, cidade vizinha a Recife.

A PM de Pernambuco ainda não se manifestou sobre a acusação de omissão de socorro ao militante baleado, que não teve a identidade divulgada.