Policial
Justiça manda prender Ecko e mais 42 de milícia no RJ
Herdeiro da Liga da Justiça está foragido.
A Justiça decretou a prisão preventiva, por associação criminosa, de Wellington da Silva Braga, o Ecko, e outros 42 suspeitos de integrar milícia que age em bairros da Zona Oeste do Rio e nos municípios de Itaguaí, Nova Iguaçu e Seropédica.
Decisão desta quinta-feira (31) da juíza Regina Celia Moraes de Freitas, da 1ª Vara Criminal da Regional de Santa Cruz, deferiu os pedidos de prisão do Ministério Público. No texto, Regina destaca que os “integrantes de uma organização criminosa armada (milícia)” pratica “diversos crimes, incluindo lesão corporal e ameaças a moradores das localidades em que o organismo atua”.
A investigação que resultou nos pedidos de prisão foi do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil.
Em novembro, o Disque Denúncia aumentou para R$ 10 mil a recompensa para informações que levem à prisão de Ecko.
O grupo criou verdadeiras “franquias”, mostradas na série Franquia do Crime, do G1, que revelou que 2 milhões de pessoas vivem em áreas sob influência de milícias no Rio de Janeiro e 11 municípios da Região Metropolitana.
Considerada a maior milícia da cidade, a Liga atua na Zona Oeste da cidade, explorando o controle de postos de combustíveis, transporte irregular e até a extração de saibro.
Ecko nunca foi policial e herdou o grupo criminoso do irmão, Carlinhos Três Pontes, ex-traficante e morto ano passado, em uma ação da polícia.
Até esta quinta-feira, constavam contra Ecko um mandado de prisão por homicídio simples e outro por extorsão.
Em abril de 2018, o criminoso conseguiu escapar de um grande cerco montado pelas forças de segurança. Ecko estava em uma festa num sítio, mas fugiu após quatro criminosos do grupo entrarem em confronto com policiais.
Na ocasião, 159 pessoas foram presas, e quatro homens morreram em confronto. A ação, no entanto, tem causado controvérsia: o Ministério Público estadual pediu a soltura de 138 detidos, sob a alegação de não haver ligação com o crime.
Inicialmente atuando nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Cosmos, Inhoaíba e Paciência, na Zona Oeste, a Liga da Justiça chegou ao seu auge em 2007, com assassinatos e controle econômico da região.
Na época, os chefes da milícia eram Ricardo Teixeira Cruz, o Batman; Toni Ângelo Souza Aguiar, o Toni Angelo; e Marcos José de Lima, o Gão, todos ex-policiais.
Com todos presos após operações em 2007 e 2008, a configuração da milícia mudou. Carlinhos Três Pontes passou a liderar o grupo. Diferente dos antecessores, ele era ex-traficante do Morro Três Pontes, em Santa Cruz, e tornou-se o chefe do grupo até ser morto.
Nessa época, Ecko assumiu a liderança da Liga da Justiça. Atualmente, o nome do grupo faz referência ao líder: Bonde do Ecko.
Batman, considerado o primeiro grande chefe do grupo, cumpre pena no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Na mesma época de sua prisão, também foram condenados por integrar a mesma facção criminosa o ex-vereador Jerominho Guimarães e seu irmão, o ex-deputado estadual Natalino Guimarães.
Página:
https://caradaweb.com/noticia/policial/2019/02/01/justia-manda-prender-ecko-e-mais-42-de-milcia-no-rj/421.html