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Menos de um mês após garantir a segurança da Ciclovia Tim Maia...
Por incrível que pareça, a tragédia veio da montanha, disse o prefeito...
Menos de um mês após garantir a segurança da Ciclovia Tim Maia, Crivella diz que estrutura não estava preparada para deslizamento
Por incrível que pareça, a tragédia veio da montanha, disse o prefeito. Duas pessoas morreram em ônibus atingido em outro deslizamento na Avenida Niemeyer.
O Prefeito Marcelo Crivella afirmou que o deslocamento de terra da encosta lateral da Avenida Niemeyer foi o responsável pela queda de um trecho da Ciclovia Tim Maia, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O desabamento aconteceu durante o temporal que começou na última quarta-feira (6).
"Tinha sido informado de que um ônibus tinha batido nela. Mas depois vimos que centenas de metros cúbicos de terra, que desceram aquela encosta, atravessaram a rua e usaram o tubo da Cedae para empurrar a ciclovia para o mar", comentou o prefeito.
Para o líder do poder executivo municipal, caso não houvesse o tubo da Cedae, a terra poderia ter "passado por baixo da ciclovia". Crivella ainda lembrou os testes feitos pela prefeitura que indicavam a liberação da via. O prefeito esteve no local no dia 25 de janeiro para realizar uma inspeção. Na ocasião, Crivella afirmou que "não haveria problema nenhum caso a via fosse liberada”.
"Hoje nós estamos na ciclovia para fazer uma prova de carga. Ela foi super escorada, tem estacas aqui de 5 metros que vão escorar se houver qualquer empuxo de arranchamento. Podemos garantir que não vai haver problema nenhum. As pessoas vão poder usar tudo com segurança", afirmou o prefeito no final de janeiro.
Já na tarde desta quinta-feira (7), depois de uma nova queda, o prefeito voltou a apresentar justificativas e disse que a ciclovia não estava preparada para um deslizamento da encosta da Av. Niemeyer.
"Ela foi calculada para uma carga de multidão sobre ela. Vertical, de cima pra baixo. Ocorre que uma onda a deslocou de baixo para cima sem que houvesse previsão de cálculo para isso. Então, ela rompeu, caiu. Foi feito todo um novo estudo para o caso de ondas. Então, toda a precaução se tomou em relação ao mar. Por incrível que pareça, a tragédia veio da montanha, da árvore que caiu trazendo o solo e para a qual a ciclovia não estava preparada, foi uma força lateral, horizontal, e a deslocou de cima do pilar e ela desabou. É impressionante como essas tragédias inesperadas ocorrem. Agora, num novo estudo vamos ter que levar em consideração os pontos onde a profundidade de solo é rasa e onde poderão existir árvores com risco de desabamento, de cair.", argumentou Crivella.
Essa não foi a primeira vez que parte da ciclovia desabou. Em abril de 2016, uma onda derrubou outro trecho e duas pessoas morreram. No último dia 31 de janeiro, depois da vistoria feita pela pelo poder público, o MP-RJ já havia pedido à Justiça que a Ciclovia Tim Maia continuasse fechada por falta de segurança.
Duas pessoas morreram em outro deslizamento na Avenida Niemeyer
Próximo do local onde um trecho da ciclovia caiu, um ônibus executivo da Viação Jabor, com trajeto do Centro para Campo Grande, foi soterrado. O acidente aconteceu por volta das 23h30 de quarta-feira (6) durante outro deslizamento de terra na Avenida Niemeyer.
Dois passageiros morreram. As vítimas foram identificadas como Tamires Alves dos Santos e Mário Salles de Lucena. O motorista do veículo conseguiu se salvar. Ele foi resgatado com escoriações no corpo e foi levado para um hospital da cidade.
Foram quase 14h de trabalho dos bombeiros até a retirada da carcaça do ônibus, que aconteceu às 16h10 desta quinta. O trabalho das equipes da corporação foi dificultado pela grande quantidade de lama e pela imensa árvore que destruíram a parte da frente o ônibus.
O trabalho da prefeitura começou logo depois. Agentes públicos realizaram a retirada do ônibus, da árvore, da lama e dos entulhos na pista principal. Ainda não há previsão para a reabertura da Av. Niemeyer.
Sem dúvida hoje não vamos liberar. A Rio luz reforçou a iluminação aqui com os refletores aqui e vai varar a madrugada. Eles podem passar uma posição mais correta, até porque tem que vistoriar a encosta porque ainda tem risco de queda, explicou o diretor de operações da Cet-Rio, Joaquim Dinis.