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Padrinho da IA se arrepende por desenvolver a tecnologia

Publicado dia 01/05/2023 às 14h40min
Trabalho de Geoffrey Hinton foi fundamental para o atual boom da inteligência artificial

Geoffrey Hinton, que ao lado de Yoshua Bengio e Yann LeCun ganhou o Prêmio Turing pela evolução da inteligência artificial, confessou em entrevista ao The New York Times que uma parte sua se arrepende de ter colaborado para o desenvolvimento da tecnologia, mesmo esse sendo o trabalho de sua vida. 

Hinton, que deixou sua posição no Google recentemente após mais de 10 anos na big tech, agora se sente livre para falar sobre os riscos da IA e explicou ser difícil pensar em “como impedir que maus atores a usem para coisas ruins.” 

Eu me consolo com a desculpa normal: se eu não tivesse feito isso, outra pessoa teria feito. 

Geoffrey Hinton, cientista da computação conhecido por seu trabalho sobre redes neurais artificiais, ao NYT. 

O cientista anunciou sua saída do Google em abril, mas não esclareceu o motivo da decisão. Hinton conversou diretamente com o CEO Sundar Pichai sobre a demissão. Os detalhes da reunião não foram divulgados. 

Geoffrey Hinton e o ChatGPT 

Para quem não sabe, Hinton também é professor e um dos seus alunos é o cientista-chefe da OpenAI, a dona do bot do momento: ChatGPT. Juntos (com mais outro aluno), eles desenvolveram uma rede neural que aprendeu sozinha a identificar objetos comuns como cães, gatos e flores, após analisar milhares de fotos. É esse trabalho que acabou levando à criação do ChatGPT e do Google Bard. 

Segundo Hinton, quando a OpenAI decidiu lançar a tecnologia, desafiando o negócio principal do Google (buscas), foi um golpe para a empresa, que precisou correr para não perder o posto consolidado no mercado de pesquisas. 

 

Para o cientista da computação, a competição iniciada éstá tão acirrada que pode ser impossível de parar, resultando em um mundo com tantas imagens e textos falsos que ninguém mais poderá dizer o que é verdade.

IA com vida própria? 

Contudo, essa é apenas a preocupação inicial. Recentemente, por exemplo, a IA do Google aprendeu habilidades sozinha e preocupou especialistas da companhia. Engenheiros identificaram que um dos sistemas da empresa conseguiu aprender um novo idioma sem ninguém ter a treinado para isso. A IA aprendeu o bengali, língua oficial de Bangladesh.

 

A ideia [era] que essas coisas poderiam realmente ficar mais inteligentes do que as pessoas — algumas pessoas acreditaram nisso. Mas a maioria das pessoas achou que estava errado. E eu pensei estar longe. Pensei ser de 30 a 50 anos ou até mais longe. Obviamente, não penso mais assim. 

Geoffrey Hinton. 

Hinton recebeu com Bengio e LeCun o prêmio Turing de 2018, também conhecido como o “Prêmio Nobel da Computação”. Eles são considerados os padrinhos da inteligência artificial pelo trabalho no desenvolvimento do campo de aprendizagem profunda da IA. O criador da tecnologia, o pai da IA, foi Alan Turing — a depender, claro, do ponto histórico.

As técnicas desenvolvidas pelo trio nas décadas de 1990 e 2000 possibilitaram avanços em tarefas como visão computacional e reconhecimento de fala. O trabalho foi usado como base para a modernização de serviços e o aperfeiçoamento de tecnologias que utilizam inteligência artificial, como carros autônomos e diagnósticos automatizados. 

 

 
Fonte: Olhar digital

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