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Rússia restringe o acesso ao Instagram

Publicado dia 11/03/2022 às 14h41min | Atualizado dia 11/03/2022 às 14h58min
O comitê afirmou que iniciou suas investigações “devido a pedidos ilegais de assassinato de russos por colaboradores da sociedade americana Meta”

A Rússia anunciou nesta sexta-feira (11) que restringiu o acesso à rede social Instagram, a qual acusa de espalhar apelos à violência contra os russos, devido ao conflito na Ucrânia.

O poderoso Comitê de Investigação da Rússia já havia anunciado ações legais contra a Meta, empresa matriz do Facebook e Instagram, por terem flexibilizado suas regras sobre mensagens violentas destinadas ao exército e a autoridades russas.

O comitê afirmou que iniciou suas investigações “devido a pedidos ilegais de assassinato de russos por colaboradores da sociedade americana Meta”.

A Procuradoria-Geral russa pediu que a gigante da internet seja classificada como uma organização “extremista” e que o acesso ao Instagram seja bloqueado no país. O Facebook não pode mais ser acessado desde 4 de março.

Segundo o gabinete do procurador-geral, “o conteúdo distribuído no Instagram contém apelos para cometer atos violentos contra cidadãos da Rússia, inclusive a equipe militar”.

A gigante das redes sociais anunciou na quinta-feira que estava fazendo exceções à sua política de incitação à violência e ao ódio ao não eliminar publicações hostis ao exército e aos líderes russos.

“Devido à invasão russa da Ucrânia, somos tolerantes com formas de expressão política que normalmente violariam nossas regras sobre discurso violento, como ‘morte aos invasores russos'”, disse à AFP Andy Stone, gerente de comunicações da Meta. 

“Continuamos não permitindo apelos credíveis à violência contra civis russos”, destacou. 

A Rússia já havia bloqueado o Facebook em seu território na semana passada em retaliação à decisão do grupo californiano de proibir veículos de comunicação próximos ao governo russo, como o canal RT e o site Sputnik.

ONU preocupada

O aplicativo do Instagram também é extremamente popular entre a juventude russa, tornando-se também uma ferramente de vendas online crucial para muitas pequenas e médias empresas, assim como para artistas e artesãos, que dependem de sua visibilidade nesta plataforma para sobreviver.

Apenas 7,5 milhões de russos usaram o Facebook em 2021, 7,3% dos internautas do país, contra os 51 milhões no Instagram, de acordo com a empresae especializada eMarketer.

A Reuters divulgou na quinta-feira e-mails trocados por moderadores de conteúdo da Meta alegando que a exceção temporária à regra se aplica à Armênia, Azerbaijão, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia, Rússia, Eslováquia e Ucrânia.

O escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos nas Nações Unidas expressou sua preocupação com a decisão da Meta nesta sexta-feira.

“Este é claramente um assunto muito, muito complexo, mas que gera preocupações em termos de direitos humanos e direito internacional humanitário”, disse Elizabeth Throssel, porta-voz do organismo, durante coletiva de imprensa em Genebra.

A imprecisão em torno deste anúncio “certamente poderia contribuir para o discurso de ódio direcionado contra os russos em geral”, observou. 

A Meta não reagiu a um pedido de comentários da AFP nesta sexta-feira. 

“Regras de guerra em tempo real”

Para Emerson Brooking, acadêmico residente do Atlantic Council, think tank americano, as exceções autorizadas pela Meta representam uma tentativa de adaptação a uma situação extremamente fluida e tensa.

“O Facebook está tentando escrever regras de guerra em tempo real”, considerou este especialista em desinformação online à AFP. 

Ele reconhece, no entanto, que existe o risco de repercussões para a população russa. 

“Ao longo da história, ações violentas de um país contra outro deram origem a apelos à violência, intolerância ou ódio contra estrangeiros associados ao país agressor”, explicou. 

No entanto, a mudança proposta pelo Facebook “rejeita claramente os apelos à desumanização de todos os russos”, disse.

Não é a primeira vez que o grupo de Mark Zuckerberg tolera esse tipo de publicação, embora os exemplos sejam raros: em junho de 2021, a rede autorizou por duas semanas mensagens de opositores iranianos pedindo a morte do aiatolá Ali Khamenei. 

Agence France-Presse

 
Fonte: Jornal de brasília

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