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Nervoso, Bolsonaro dá debate da Globo de bandeja para Lula

Publicado dia 29/10/2022 às 04h08min
Lula agradeceu aos funcionários do SUS, o Sistema Único de Saúde, porque, segundo o petista, sem eles, teria morrido muito mais gente,

Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os dois candidatos que disputam a presidência da República no próximo domingo (30), se colocaram frente a frente no debate que aconteceu nesta sexta-feira (28). O evento foi o último de grande porte antes da votação.

Com formato mais livre, com os candidatos podendo andar livremente pelo estúdio, os candidatos mostraram melhor habilidade na administração de seus respectivos tempos de fala no evento.

Lula foi melhor que Bolsonaro

O petista acabou se destacando mais que seu adversário devido à facilidade de sua posição, na frente em todas as pesquisas. Mais nervoso, Bolsonaro se enrolou em algumas respostas e mostrou nervosismo em alguns temas.

No entanto, mais uma vez, poucas propostas foram discutidas e a discussão de ideias deu espaço a uma série de ofensas diretas entre os candidatos, que chegaram a subir o tom em alguns momentos.

Resumo dos blocos do debate:

1º Bloco

No primeiro bloco, os candidatos tinham 15 minutos para administrar entre perguntas para os adversários e respostas. Os temas eram livres e o começo do embate foi marcado pelo tema da economia.

Jair Bolsonaro (PL) começou se defendendo, dizendo que irá aumentar o salário mínimo em 2023, caso se reeleito, e perguntou ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se ele cortaria o 13º salário e cortas direitos. O petista, então, questionou Bolsonaro sobre o motivo de o governo dele não ter reajustado o salário mínimo.

Os candidatos também trocaram ofensas e se chamaram de "mentirosos". Para se defender das críticas ligadas à economia, Bolsonaro usou a pandemia de covid-19 como argumento - e voltou a criticar medidas de isolamento social

Bolsonaro elevou o tom e gritou ao questionar Lula se o petista "concordava com a própria propaganda eleitoral", que dizia que o presidente, se reeleito, acabaria com o reajuste o salário mínimo. Lula apontou que o adversário estaria "descompensado".

Então, Jair Bolsonaro passou a criticar o Tribunal Superior Eleitoral, sugerindo que o órgão estaria beneficiando Lula.

O presidente exaltou os novos valores do Auxílio Brasil e questionou o petista sobre o motivo de os valores do Bolsa Família serem mais baixo. Lula, então, listou outros programas sociais que existiam nos governos do PT. "Era um conjunto de programas que fez com que, no meu período de governo, a economia do país vivesse um dos melhores períodos da história", disse o candidato petista.

Outro tema levantado por Jair Bolsonaro foi a transposição do Rio São Francisco. O presidente acusou Lula de ter desviado verbas de obras e levantou a bola da corrupção. O petista então disse ter sido absolvido dos processos em que foi julgado. Segundo Lula, ele foi condenado "por um juiz" para que Jair Bolsonaro pudesse vencer as eleições em 2018. Bolsonaro aproveitou para atacar William Bonner, quem o presidente disse que poderia ser ministro de Lula.

Neste momento, o petista aproveitou para associar Bolsonaro com Roberto Jefferson, preso após disparar tiros de arma de fogo e granadas em policiais federais. Depois, Lula perguntou a Bolsonaro sobre política externa.

Bolsonaro rebateu com associações de Lula com Venezuela, Nicarágua e Argentina. O caminho do petista foi relembrar o legado da política internacional do governo petista, quando o Brasil foi convidado para todas as reuniões do G8.

Lula citou acusações contra Bolsonaro e familiares, como as suspeitas de rachadinha em gabinetes de filhos o presidente e o caso das compras de 51 imóveis com dinheiro vivo.

Para mudar de assunto, o presidente da República citou que o Brasil está com números bons na economia. Bolsonaro voltou a questionar sobre os valores baixos do Bolsa Família.

Rindo, Lula sugeriu que Bolsonaro descansasse no intervalo, bebesse uma água para "falar coisa com coisa" - e voltou a perguntar porque não houve aumento real do salário mínimo, assim como não houve reajuste da merenda escolar e porque o Brasil ficou isolado do mundo.

No fim do bloco, Lula teve um minuto a mais por ter tido um direito de resposta concedido. O petista lamentou que, no debate, Bolsonaro não tenha falado sobre propostas, mas tenha forçado a pergunta sobre a propaganda eleitoral de Lula.

William Bonner também falou, por ter sido citado por Bolsonaro. "Eu, de fato, disse na entrevista do Jornal Nacional que Lula não deve nada à Justiça. Eu não disse isso da minha cabeça, eu disse isso baseado em decisões fundamentadas do Supremo Tribunal Federal", afirmou.

2º Bloco

No segundo bloco, os candidatos tinham de escolher temas dispostos no telão para fazer perguntas. Ambos tinham 5 minutos para administrar durante o embate.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou e escolher falar sobre combate à pobreza. O petista começou lembrando que, durante os governos deles, o povo brasileiro tinha direito para comer, viajar e consumir. Lula, então, perguntou porque o povo empobreceu no governo de Jair Bolsonaro (PL).

O presidente começou culpando a pandemia e, depois, declarou que, para quem não quiser passar fome, é "só se inscrever no Auxílio Brasil".

Lula lembrou que 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil e citou matéria da Folha de S. Paulo, que mostrou que 24 milhões de pessoas no país não conseguem comprar alimento.

A estratégia de Bolsonaro foi descredibilizar a Folha de S. Paulo, fonte citada por Lula, e insistiu na diferença de valores entre o Bolsa Família e o Auxílio Brasil. O presidente sugeriu que, quem estiver passando fome, deve "bater na porta de alguém" para tentar entrar no Auxílio Brasil.

Bolsonaro citou dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e criticou o jornal. O presidente levantou o tom, gritou e chamou Lula de mentiroso.

O petista citou, então, as mudanças na aposentadoria promovidas pelo governo Bolsonaro e fez críticas a Paulo Guedes. "Liga para ele para saber porque o povo está passando fome", disse o candidato do PT. Lula pediu a Bolsonaro que entrasse no Google para checar se Paulo Guedes havia dito que acabaria com férias e 13º salário.

Bolsonaro alegou que essa é uma estratégia do PT, já usada em 2002, para assustador o povo. "Você fez a gestão da história, o seu governo foi campeão em corrupção", disse o presidente.

Lula mudou os rumos da conversa e citou dados da diminuição dos valores da aposentadoria e aumento do tempo para o trabalhador receber benefícios. Bolsonaro admitiu que fez reformas, mas disse que as medidas trouxeram prosperidade ao Brasil, o que foi contestado por Lula.

Os candidatos pediram direito de resposta, Lula quatro vezes, Bolsonaro um, nenhum foi concedido.

Jair Bolsonaro escolheu o tema "respeito à constituição" para perguntar a Lula. O presidente declarou que "sempre jogou dentro das quatro linhas da constituição" e perguntou ao petista se "invadir terras é estar dentro da constituição", citando Guilherme Boulos e se referindo a movimentos sem terra.

Lula citou os ataques de Bolsonaro a um ministro do Supremo Tribunal Federal - em referência a Alexandre de Moraes. O presidente repetiu os ataques e citou a rádio Jovem Pan para acusar Lula de censura e tentativa de calar a mídia.

Bolsonaro voltou ao assunto dos movimentos sem terra e perguntou ao petista novamente sobre invasões de propriedades privadas. Quando a discussão ficou neste tema, Lula citou uma fala de Bolsonaro de 1992, em que o presidente, então deputado, apoiou uma pílula do aborto.

O presidente, então, gritou com Lula e o acusou de ser "abortista". O petista declarou ser contra o aborto e disse que Janja, esposa dele, também é.

Lula prometeu que, no próximo bloco, só falaria de propostas de campanha e lamentou que Bolsonaro não fale sobre o que pretende para o país.

O petista pediu cinco direitos de resposta e um foi concedido, então, Lula teve um minuto a mais para falar. Ele aproveitou o tempo para falar novamente sobre pensionistas aposentados. Segundo o candidato, os aposentados estariam ganhando menos e reclamou que Bolsonaro estava "gritando e berrando, como se estivesse em casa". "Se comporte como presidente da República, que você ainda o é".

3º Bloco

No terceiro bloco, assim como no primeiro, os candidatos tiveram 15 minutos para administrar cada, com temas livres.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a questionou Jair Bolsonaro (PL) sobre saúde, com foco na pandemia de covid-19 e sobre a redução do orçamento para a Farmácia Popular. O presidente não negou que os valores para o programa tenham diminuído, mas se isentou da responsabilidade. Além disso, Bolsonaro declarou que comprou 500 milhões de doses de vacina contra a covid.

Lula lembrou do deboche de Bolsonaro com pessoas com falta de ar e criticou a demora para levar oxigênio para Manaus.

Um assunto levantado por Jair Bolsonaro foi a construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014. "Foi uma roubalheira sem igual", declarou. Sem citar as mortes de quase 700 mil brasileiros durante a pandemia, Bolsonaro declarou que o Brasil está "muito melhor".

O petista listou melhorias na saúde durante o governo lulista e, então, Bolsonaro sacou um suposto documento de Geraldo Alckmin, com propostas que, segundo o presidente, piorariam a vida do Brasil.

Lula falou sobre a compra excessiva do medicamento Viagra pelo governo federal. Já Bolsonaro fez críticas ao programa "Mais Médicos", que colocava médicos cubanos para atender brasileiros, em especial nos rincões do país.

O petista insistiu na dificuldade de Bolsonaro de citar feitos na saúde. Com um papel na mão, o presidente leu acréscimos feitos por ele nesta área.

Lula agradeceu aos funcionários do SUS, o Sistema Único de Saúde, "porque, sem eles, teria morrido muito mais gente", disse.

Bolsonaro levou o tema para a questão do armamento e criticou Lula por ter ido ao Complexo do Alemão. Ele insinuou que o petista se encontrou com o "chefe do narcotráfico". O candidato do PT celebrou a ida ao Alemão e também a campanha de desarmamento. "No meu governo, a gente vai distribuir livros, distribuir cultura, vamos distribuir aquilo que educa, não aquilo que mata", disse.

O presidente voltou a puxar o tema da transferência de Marcola, mesmo sendo falso que Bolsonaro tenha pedido a transferência dele. Lula sugeriu que ele perguntasse a Geraldo Alckmin e, em seguida, falou sobre Roberto Jefferson, preso após atirar contra policiais federais.

Bolsonaro ficou na defensiva, na tentativa de se afastar de Roberto Jefferson, mesmo que ambos tenham sido aliados até o episódio. O presidente tentou imputar a Lula a amizade com o ex-deputado federal.

Lula, então, levantou o tema da violência contra a mulher. O petista questionou o motivo de Bolsonaro ter acabado com a verba de programas que combatem este problema. O presidente insistiu que houve uma redução nas mortes das mulheres. "Tá faltando recurso para alguém? Não tá", argumentou Bolsonaro.

Bolsonaro falou sobre Geddel Vieira Lima e lembrou das malas de dinheiro do político. "Vai ser seu ministro?", questionou. Lula disse que esses esclarecimentos sobre o político deveriam ser dados pela política e prometeu que, no próximo bloco, falará sobre emprego e infraestrutura.

No fim do bloco, o presidente se dirigiu ao Nordeste e criticou os votos em Lula.

Ambos candidatos pediram dois direitos de resposta, todos negados.

 

 

 

 

Fonte: Yahoo notícias

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