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10 ATLETAS PARALÍMPICOS BRASILEIROS QUE VOCÊ PRECISA CONHECER

Publicado dia 03/05/2022 às 17h24min
Apesar de suas trajetórias e conquistas inspiradoras, esses atletas não recebem o devido valor, por isso é muito importante dar visibilidade ao Movimento Paralímpico.

 Ao contrário dos atletas Olímpicos, eles infelizmente ainda são desconhecidos para a maioria das pessoas, apesar de serem favoritos em modalidades como bocha, natação e atletismo, que são as mais vencedoras desde a nossa estreia nos Jogos em 1972.

Para ressaltar a importância desses campeões para o nosso país, fizemos uma lista para vocês conhecerem a história de alguns deles. Vamos lá?!

Daniel Dias

Daniel Dias, de 33 anos, é o maior nadador Paralímpico de todos os tempos. Ele nasceu com má formação congênita nos membros superiores e na perna direita, e em 16 anos de carreira conquistou 27 medalhas em Jogos Paralímpicos. Essa marca foi alcançada com os 3 bronzes que ganhou em Tóquio: nos 200m livre, nos 100m livre e no revezamento 4x50m. O maior medalhista da natação, dono de 14 medalhas de ouro, vai se aposentar após os Jogos de Tóquio, com orgulho de ter dado continuidade às conquistas de nomes como Clodoaldo Silva e Ádria Santos. Nas vésperas da competição, Daniel, que costuma raspar o cabelo para entrar na piscina, foi surpreendido por uma homenagem da Comissão técnica brasileira, que reproduziu o gesto do nadador. Ele vai passar o bastão para um outro fenômeno das piscinas, Gabriel Bandeira, que aos 21 anos terá a responsabilidade de continuar o legado do companheiro de modalidade.

Nadador Paralímpico Daniel Dias na piscina nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020

Gabriel Bandeira

Provando que vai dar conta do recado dentro das piscinas, Gabriel conquistou o primeiro ouro brasileiro em Tóquio. Essa foi a estreia da classe s14 (para atletas com deficiências intelectuais) nos Jogos, e o nadador representou muito bem nosso país, vencendo os 100m borboleta. Com a marca de 54s76, Gabriel bateu um novo recorde Paralímpico, mais um para sua coleção que cresce desde seu início na modalidade. E não para por aí, o multimedalhista coleciona 4 medalhas em 6 provas realizadas em Tóquio. Durante quase 10 anos ele praticou natação convencional, até fazer os testes de elegibilidade que o classificaram como deficiente intelectual, e passar a competir no esporte Paralímpico. Suas primeiras competições a nível nacional e internacional foram no ano passado, e Gabriel teve um excelentes resultados, o que já era esperado também em Tóquio.

Nadador Paralímpico Gabriel Bandeira na piscina nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

Evelyn de Oliveira

Evelyn é medalhista de ouro nas duplas mistas da categoria BC3 da bocha nas Paralimpíadas Rio 2016. Ela é diagnosticada com atrofia muscular espinhal, uma doença congênita que impede os movimentos dos membros inferiores e enfraquece os movimentos dos membros superiores da atleta. Evelyn iniciou na bocha aos 22 anos, a convite de uma professora, como um belo exemplo da importância dos profissionais de Educação Física na formação de estrelas do esporte.  Hoje, aos 44, foi convidada para ser porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos, para os quais treinou em uma quadra construída em casa devido a pandemia.

Atleta Paralímpica da bocha Evelyn de Oliveira

Petrúcio Ferreira

Também porta-bandeira dos Jogos de Tóquio, o ‘Bolt’ das Paralimpíadas, ou melhor, Petrúcio Ferreira, é um fenômeno do atletismo, modalidade com o maior número de atletas brasileiros nesta edição. O paratleta mais rápido do mundo já estreou na competição batendo o recorde Paralímpico, ao completar a prova em 10s53, e conquistar a medalha de ouro nos 100 metros rasos da categoria T47 (para esportistas com membro superior amputado). Essa é mais uma para sua coleção de medalhas. O bicampeão Paralímpico conquistou seu primeiro ouro na Rio 2016. Aos dois anos, Petrúcio sofreu um acidente na forrageira, máquina de triturar capim, perdendo parte do braço esquerdo. Ele iniciou no atletismo paralímpico na escola, quando chamou a atenção dos organizadores de um campeonato escolar do qual participou. Hoje, aos 26 anos, Petrúcio comemora seus títulos, assim como o multicampeão Usain Bolt, imitando um raio com os braços apontando para o alto. Mas a semelhança não está apenas na comemoração – as conquistas no esporte também são equivalentes. O jamaicano já se aposentou, mas Petrúcio segue nas pistas como uma promessa para o atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

Petrúcio Ferreira no atletismo dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

Antônio Tenório

Antônio Tenório da Silva é considerado o maior judoca Paralímpico da história. Ele conquistou as 4 medalhas de ouro do Brasil na modalidade. Seu início no judô foi aos oito anos de idade, mas um descolamento de retina ao ser atingido por uma semente de mamona no olho esquerdo aos 13 anos, e, mais tarde, uma infecção no olho direito,  o deixaram cego. Assim, ele partiu para o judô Paralímpico e se tornou uma referência nesse esporte. Os Jogos Paralímpicos de Tóquio marcam a 7ª edição do atleta, depois de 6 edições e 6 medalhas conquistadas. Sua estréia no megaevento foi em Atlanta 1996, lutando na categoria B1, para cegos totais. Hoje, aos 50 anos, Antônio ainda pensa em esticar a carreira até a edição de Paris, em 2024.

Judoca Paralímpico Antônio Tenório

Débora Menezes

Débora Menezes é parataekwondista da classe K44 (para amputados de braço). Ela nasceu com uma má-formação no cotovelo direito e se interessou mais pelos esportes Paralímpicos no final de sua faculdade de Educação Física. Débora competia no lançamento de dardo, até 2013, quando conheceu o parataekwondo, e iniciou na modalidade. Além de campeã  mundial na Turquia, ela conquistou medalha de prata nos jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, ambos em 2019. A taekwondista acredita na importância de trabalhar a mente, assim como trabalha o corpo, e como parte desse processo, ela já se imagina no pódio. Apesar de sempre ter presenciado uma segregação de mulheres no esporte, Débora nunca desistiu de lutar para ocupar o lugar que deseja, e assim ela fará em Tóquio.

Parataekwondista brasileira Débora Menezes

Yeltsin Jacques

Yeltsin Jacques protagonizou a conquista da centésima medalha de ouro Paralímpica do Brasil. Depois de estrear em Tóquio garantindo a primeira medalha dourada do atletismo brasileiro nos 5.000m masculino T11, para cegos, ele chegou ao primeiro lugar do pódio novamente nos 1.5000m, com direito a recorde mundial: 3min57s60. Yeltsin nasceu com baixa visão, iniciou no esporte pelo judô, e conheceu o atletismo acompanhando um amigo, totalmente cego, na corrida. Apesar de ter conquistado a sua primeira medalha Paralímpica em Tóquio, Yeltsin já carrega algumas conquistas nas classes T12 e T13, para atletas com deficiência mais leve. Dentre elas, no Mundial da França 2013, no Parapan de Toronto 2015 e no Parapan de Lima 2019. A mudança de categoria ocorreu esse ano, depois de uma reclassificação oftalmológica, que o considerou como competidor da classe T11, em que os corredores são acompanhados de um guia. Formado em Educação Física e fã do maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, Yeltsin que já era cotado ao pódio em Tóquio, apenas confirmou ser um fenômeno do atletismo Paralímpico.

Yeltsin Jacques correndo ao lado de seu guia nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020

Lúcia Araújo

A judoca Lúcia Araújo descobriu o judô aos 15 anos, acompanhando os irmãos que praticavam o esporte. Durante a gravidez, sua mãe contraiu toxoplasmose, e passou para ela, o que afetou sua visão. Após alguns anos afastada da modalidade, Lúcia teve contato com uma atleta cega da seleção paralímpica de judô, o que a incentivou a voltar a lutar. Em sua trajetória ela enfrentou algumas dificuldades, até chegou a treinar escondido. Sua primeira medalha Paralímpica veio nos Jogos de Londres, em 2012. Em 2016 ela conquistou  a medalha de prata nos Jogos Paralímpicos do Rio e nesta edição Lúcia foi responsável pela primeira medalha do Brasil no judô. Ela garantiu o bronze, a terceira medalha Paralímpica de sua carreira.

Judoca Paralímpica Lúcia Araújo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020

Maria Carolina Santiago

Representando, e muito bem, a segunda modalidade com mais atletas brasileiros em Tóquio, a nadadora Maria Carolina Santiago conquistou cinco medalhas na competição, sendo três delas medalhas de ouro. Assim, ela se tornou a primeira atleta brasileira a conseguir três ouros em uma única edição de Jogos Paralímpicos, com direito a um novo recorde da competição (28s82), nos 50 metros livre na classe S13, para atletas com deficiência visual mais leve. A nadadora, que nasceu com Síndrome de Morning Glory, uma alteração congênita na retina, responsável pela diminuição do campo de visão, só migrou para o esporte Paralímpico em 2018, e já no ano seguinte foi campeã mundial. Mas a natação já estava presente na vida da atleta desde os quatro anos de idade, como influência do irmão que foi nadador, mas também por não poder praticar esporte de impacto, devido a sensibilidade que tem na retina. Hoje ela nada pelo clube Grêmio Náutico União, do Rio Grande do Sul, onde foi apresentada ao esporte Paralímpico. Maria Carolina entrou para a história ao encerrar um jejum de 17 anos sem medalhas de nadadoras brasileiras nas Paralimpíadas.

Nadadora Paralímpica Maria Carolina Santiago nos Jogos de Tóquio 2020

Silvânia Costa

Silvânia é bicampeã paralímpica no salto em distância da categoria T11, para cegos. Desde criança, ela sofre de uma doença congênita que causa a perda progressiva da visão, chamada de Doença de Stargardt. A atleta Paralímpica de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul iniciou no esporte aos 18 anos. O talento para o atletismo vem de família. Seu irmão, Ricardo Costa, compete na mesma modalidade e categoria que ela, e se destaca assim como Silvânia. A recordista é medalhista no salto em distância nos Jogos Rio 2016, nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, no Mundial de Doha 2015 e agora nos Jogos de Tóquio 2020, onde saltou 5 metros, garantindo o lugar mais alto do pódio.

Silvânia Costa na prova de salto em distância nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020

Apesar de suas trajetórias e conquistas inspiradoras, esses atletas não recebem o devido valor, por isso é muito importante dar visibilidade ao Movimento Paralímpico. E levar essa temática para as aulas de Educação Física é uma forma de ajudar nesse processo, além de promover a inclusão e o respeito às pessoas com deficiência.

Fonte: impulsionaorg.br

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