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Morre Emanoel Araújo, gigante das artes plásticas afro-brasileiras, aos 81 anos

Publicado dia 08/09/2022 às 05h20min
Primeiro curador do Museu Afro Brasil, ele se destacou com esculturas e ilustrações que ressaltavam herança negra

O artista plástico e intelectual Emanoel Araújo, um dos gigantes das artes de raiz afro-brasileira no país, morreu nesta quarta-feira em sua casa em São Paulo, aos 81 anos.

Emanoel araújo em preto e branco

Emanoel Araújo, curador do Museu Afro Brasil, em 2012 - Isadora Brant/Folhapress

O velório acontece durante a quinta-feira no pavilhão do Museu Afro Brasil, que agora vai receber oficialmente o nome de Araújo, que foi curador da instituição desde sua fundação, em 2004, até sua morte. Segundo o secretário estadual da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o governador Rodrigo Garcia vai decretar luto oficial no estado pela morte.

Araújo construiu, durante mais de seis décadas, uma carreira múltipla que ia da escultura à ilustração, da gravura à cenografia, sempre ressaltando o papel da herança negra na cultura nacional.

Sua primeira exposição individual foi em 1959, na sua Bahia natal, com um trabalho marcado pela xilogravura e pelas ilustrações voltadas ao teatro. A partir da década seguinte, sua obra foi se tornando mais abstrata.

Na década de 1970, foi premiado na terceira edição da Bienal Gráfica de Florença, na Itália, e pela Associação Paulista de Críticos de Arte, que o considerou o melhor escultor e gravador do país. Sua primeira individual no Masp, o Museu de Arte de São Paulo, veio em 1981.

Não demorou para que Araújo galgasse espaço como um dos principais curadores e museólogos do país, tendo dirigido o Museu de Arte da Bahia de 1981 a 1983 e a Pinacoteca do Estado de São Paulo de 1992 a 2002.

A direção do Museu Afro Brasil, no parque do Ibirapuera, em São Paulo, veio em 2004, coroando seu trabalho na curadoria e divulgação da arte negra no Brasil.

Sua pesquisa também se materializou no livro "A Mão Afro-Brasileira", de 1988, obra de referência em que pensa as contribuições artísticas e históricas da população negra, reeditada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo em 2010.

Emanoel Araújo passava por um momento de redescoberta de sua obra como artista plástico, ampliando sua projeção internacional pouco antes de morrer.

Passou a ser representado pela galeria Simões de Assis, com sedes em São Paulo e Curitiba, e voltou a ter grandes individuais no Instituto Tomie Ohtake e no Masp.

Passaria também pelo guarda-chuva da galeria Jack Shainman, em Nova York, onde tinha exposição marcada para o ano que vem. Museus importantes como o Guggenheim, em Nova York, a Tate, em Londres, e o Museu de Arte do Condado de Los Angeles compraram obras dele recentemente.

Também nos últimos anos, foi alvo de acusações de assédio sexual por parte de dois ex-funcionários do Museu Afro Brasil, em caso que surgiu nas redes sociais. As postagens foram retiradas do ar por determinação judicial, já que os acusadores foram processados por Araújo, em caso que segue em segredo de Justiça.

Fonte: Folha de São Paulo

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